segunda-feira, 21 de março de 2016

'A Cuíca do Laurindo' estreia dia 24 de março no CCBB

Espetáculo é inspirado no personagem criado por Noel Rosa e abordado por outros compositores, entre os anos de 1930 e 40: o sambista carioca Laurindo


Foto: Renato Mangolin
Criado por Noel Rosa, o personagem carioca Laurindo apareceu pela primeira vez na letra do samba Triste cuíca, de 1935. Nos anos seguintes, craques como Herivelto Martins, Wilson Baptista, Zé da Zilda, Haroldo Lobo e Heitor dos Prazeres abordaram o personagem em outros sambas, acrescentando novos capítulos à trajetória épica do cuiqueiro do morro da Mangueira. Com idealização e dramaturgia do escritor, ator e músico Rodrigo Alzuguir, a comédia musical 'A Cuíca do Laurindo' estreia no dia 24 de março, no Centro Cultural Banco do Brasil. A temporada segue até 15 de maio, de quarta a domingo, às 19h.

Com direção de Sidnei Cruz e direção musical de Luis Barcelos, a peça retrata o Rio de Janeiro dos 1940 e tem como pano de fundo o cotidiano da fictícia Lira do Amor, pequena escola de samba do morro da Mangueira criada por Alzuguir. A produção tem patrocínio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro/Secretaria Municipal de Cultura, através do Programa de Fomento à Cultura Carioca, e conta com o apoio do Centro Cultural Banco do Brasil. É mais uma realização da produtora carioca Marraio Cultural, que Rodrigo e Carol Miranda, sua mulher, criaram para realizar projetos focados na cultura e na história do Rio de Janeiro.

Ao mesclar realidade e ficção para contar a história do cuiqueiro, o autor resgata uma fase importante da cultura carioca: os seminais anos 1930 e 40, quando surgiram as primeiras escolas de samba, derivadas dos antigos blocos, e os desfiles que aconteciam na Praça Onze. Inseridas na dramaturgia, as músicas traçam a trajetória de Laurindo, de líder da escola de samba Lira do Amor de Mangueira, passando pelo triângulo amoroso com Zizica e Conceição e a luta contra os nazistas, até a sua volta ao morro como herói de guerra.

Além dos sambas que narram as aventuras do Cabo Laurindo – como Triste cuíca (Noel Rosa), Laurindo (Herivelto Martins) e Comício em Mangueira (Wilson Baptista e Germano Augusto) – estão presentes composições do mesmo período que dialogam com a trajetória do personagem – a exemplo de Praça Onze (Vão acabar com a Praça Onze/Não vai haver mais escola de samba, não vai...) e Ave Maria no morro (Barracão de zinco/ Sem telhado, sem pintura/ Lá no morro/ Barracão é bangalô).

Se Noel Rosa apresenta Laurindo como famoso cuiqueiro do morro da Mangueira – com direito a um misterioso triângulo amoroso entre ele e as cabrochas Zizica e Conceição –, Herivelto Martins faz do personagem um apaixonado líder de escola de samba, no tempo em que o desfile acontecia na lendária Praça Onze, desaparecida com a abertura da avenida Presidente Vargas.

Já Wilson Baptista, irreverente, envia Laurindo para lutar na Segunda Guerra Mundial, de onde volta coberto de glória/trazendo garboso no peito a cruz da vitória. Depois de muitas idas e vindas, Laurindo é encontrado morto em Sem cuíca não há samba, em que se lamenta o estado do corpo só reconhecível pela medalha de ouro de São Jorge no peito. Mas será que era mesmo o famoso cuiqueiro?

Idealização e texto: Rodrigo Alzuguir
Direção: Sidnei Cruz
Direção musical: Luis Barcelos
Elenco: Alexandre Moreno, Vilma Melo, Claudia Ventura, Marcos Sacramento, Rodrigo Alzuguir, Hugo Germano e Nina Wirtti
Músicos: Yuri Villar, Luis Barcelos, Magno Julio, Marcus Thadeu e Rafael Mallmith

De 24 de março a 15 de maio, qua a dom, às 19h 
CCBB Rio – Teatro 1
Rua Primeiro de Março 66 - Centro - RJ
Informações: (21) 3808-2020
Ingresso: R$ 10,00 (inteira)
Duração: 120 minutos
Classificação: 12 anos


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