quinta-feira, 10 de setembro de 2015

'A Hora da Estrela' reestreia dia 16 de setembro

Clássico de Clarice Lispector ganha versão teatral, com o uso de máscaras, em homenagem aos 95 anos de nascimento da autora


Foto: Vinícius Mochizuki
‘A Hora da Estrela’, espetáculo teatral inspirado na obra homônima da escritora Clarice Lispector, autora que há poucos meses se tornou conhecida internacionalmente, será encenado no Teatro Cândido Mendes em Ipanema, do dia 16 de setembro a 29 de outubro, com sessões quartas e quintas, às 21h. A montagem, adaptada e dirigida por Érico José, é fruto da parceria entre o Coletivo Livre de Espetáculos (BA) e a Cia de Teatro Cordão Encarnado (RJ), que tomaram como base para a encenação a técnica das máscaras cênicas, desde a composição das personagens que passeiam pelo mundo de Macabéa, a protagonista da obra, até a visualidade e sonoridade da peça.

As máscaras confeccionadas por Flávia Lopes e Marise Nogueira, não só afetam a forma de atuação do espetáculo, mas todos os seus elementos, tanto os visuais como os sonoros, criando uma atmosfera lúdica e, ao mesmo tempo, profunda sobre as relações humanas e sociais de um Brasil dividido em muitos.

A Hora da Estrela é também uma despedida de Clarice Lispector. Lançada pouco antes de sua morte em 1977, a obra conta os momentos de criação do escritor Rodrigo S. M. (a própria Clarice) narrando a história de Macabéa, uma alagoana órfã, virgem e solitária, criada por uma tia tirana, que a leva para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa. Na cidade grande ela se depara com um universo de personagens que a subjugam e a maltrata são eles: o patrão, a Glória (amiga do trabalho), Olímpico, (namorado), a tia (em flashbacks) e a cartomante. Em A hora da estrela Clarice escreve sabendo que a morte está próxima e põe um pouco de si nas personagens Rodrigo e Macabéa. Ele, um escritor à espera da morte; ela, uma solitária que gosta de ouvir a Rádio Relógio e que passou a infância no Nordeste, como Clarice.  A despedida de Clarice é uma obra instigante e inovadora. Como diz o personagem Rodrigo, estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. É Clarice contando uma história e, ao mesmo tempo, revelando ao leitor seu processo de criação e sua angústia diante da vida e da morte.

Elenco: Angelo Mayerhofer e Joelma Di Paula.

De 16 de setembro a 29 de outubro, qua e qui, às 21h
Teatro Cândido Mendes
Rua Joana Angélica, 63 – Ipanema
Informações: (21) 2523-3663
Ingresso: R$ 40,00 (inteira)
Duração: 75 minutos
Classificação: 12 anos

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