Clássico de Clarice Lispector ganha versão teatral, com o uso de máscaras, em homenagem aos 95 anos de nascimento da autora
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| Foto: Vinícius Mochizuki |
As máscaras confeccionadas por Flávia Lopes e Marise Nogueira, não só afetam a forma de atuação do espetáculo, mas todos os seus elementos, tanto os visuais como os sonoros, criando uma atmosfera lúdica e, ao mesmo tempo, profunda sobre as relações humanas e sociais de um Brasil dividido em muitos.
A Hora da Estrela é também uma despedida de Clarice Lispector. Lançada pouco antes de sua morte em 1977, a obra conta os momentos de criação do escritor Rodrigo S. M. (a própria Clarice) narrando a história de Macabéa, uma alagoana órfã, virgem e solitária, criada por uma tia tirana, que a leva para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa. Na cidade grande ela se depara com um universo de personagens que a subjugam e a maltrata são eles: o patrão, a Glória (amiga do trabalho), Olímpico, (namorado), a tia (em flashbacks) e a cartomante. Em A hora da estrela Clarice escreve sabendo que a morte está próxima e põe um pouco de si nas personagens Rodrigo e Macabéa. Ele, um escritor à espera da morte; ela, uma solitária que gosta de ouvir a Rádio Relógio e que passou a infância no Nordeste, como Clarice. A despedida de Clarice é uma obra instigante e inovadora. Como diz o personagem Rodrigo, estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. É Clarice contando uma história e, ao mesmo tempo, revelando ao leitor seu processo de criação e sua angústia diante da vida e da morte.
Elenco: Angelo Mayerhofer e Joelma Di Paula.
De 16 de setembro a 29 de outubro, qua e qui, às 21h
Teatro Cândido Mendes
Rua Joana Angélica, 63 – Ipanema
Informações: (21) 2523-3663
Ingresso: R$ 40,00 (inteira)
Duração: 75 minutos
Classificação: 12 anos

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